E em Jesus Cristo, seu Filho unigênito, nosso Senhor, o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao mundo dos mortos, ressuscitou no terceiro dia, subiu ao céu, e está sentado à direita de Deus Pai, todo-poderoso, de onde virá para julgar os vivos e os mortos.
(Segundo artigo do Credo Apostólico)
“Cristo” é uma palavra grega que corresponde ao termo hebraico “messias” (João 1.41) e tem o sentido básico de “ungido”. O termo também pode designar uma pessoa que tem a incumbência de instituir o tempo da salvação e a plenitude do reino de Deus. A rigor, a designação mais exata seria: “Jesus, o Cristo” ou “Jesus, o Messias” (Mateus 1.16; Atos 5.42).
Nós, seres humanos, não possuímos uma natureza divina e recebemos de Deus a adoção como filhas e filhos (Gálatas 3.26s; Romanos 8.15; Gálatas 4.5). Jesus, por seu lado, compartilha a mesma essência divina do Pai e pode afirmar: “Eu e o Pai somos um” (João 10.30). Por isso também confessamos, no Credo Niceno, que Jesus é “verdadeiro Deus de verdadeiro Deus” e “consubstancial ao Pai”.
A concepção de Jesus pelo Espírito Santo afirma sua origem divina. O nascimento a partir de Maria declara sua procedência humana. Jesus é verdadeiramente divino (concebido pelo Espírito Santo) e verdadeiramente humano (nasceu de uma mulher).
A referência a Pôncio Pilatos situa historicamente a morte de Jesus. Maria e Pilatos, aquela que deu a vida e aquele que a tirou, são a referência histórica para assegurar que Jesus viveu e morreu em determinado tempo e lugar. A alusão a Pilatos também lembra que Jesus foi escarnecido e torturado por ordem do procurador romano.
Jesus não foi apenas uma entre os milhares de pessoas crucificadas pelo Império Romano. O sangue derramado por Jesus Cristo constitui a nova aliança (Marcos 14.24), comprovada pela ressurreição. A cruz e a ressurreição possibilitam redenção para a humanidade. É por isso que o segundo artigo do Credo Apostólico tem o seu centro na redenção, na salvação.
A ressurreição está na essência da fé cristã. O Apóstolo Paulo afirma, em 1 Coríntios 15.14, que todo anúncio a respeito de Jesus Cristo será vazio e inútil se não falar da ressurreição. E toda fé será vazia e inútil se não estiver baseada na ressurreição. Fé cristã não existe sem ressurreição.
A ascensão de Jesus não foi uma viagem espacial ou interplanetária. Céu é espaço, mas não apenas o espaço sideral. Céu é o espaço ocupado por Deus. Onde Deus se faz presente e exerce o domínio, ali está o céu. A ascensão inicia uma nova realidade para Jesus e um novo momento para as pessoas que o seguem. Agora, os discípulos e as discípulas têm a tarefa de continuar a missão de Jesus (Mateus 28.18-20).
No retorno de Cristo, todas as pessoas serão julgadas. Esta é a confissão que fazemos no Credo Apostólico. O juízo não quer instituir clima de terror e medo porque Jesus também é nosso intercessor (1 João 2.1) e deu sua vida pelas pessoas pecadoras (Romanos 5.8). O nosso compromisso com a prática do bem não é motivado pelo temor do julgamento. O que nos leva a agir é o amor de Deus, revelado em Jesus Cristo e demonstrado em toda a profundidade na sua morte e ressurreição.