Dona Maricota era conhecida na vizinhança por ter a língua solta. Ela falava mais do que devia, espalhava fofocas, não guardava segredos, inventava casos… Naquela semana, levando conversa daqui pra lá, ela criou a maior confusão. A mulher da padaria – não aguentando mais as ofensas, pois toda fofoca caiu sobre seus ombros – fez um BO. A delegada – mulher experiente, acostumada com “rolos” maiores – chamou à sua presença a acusada e disse: A coisa está feia pro teu lado. Você acabará com um processo longo e caro pela frente, a não ser que… Maricota levantou-se dizendo com medo: Cruiz-credo… Deus me livre de enfrentar um processo! Procurando resolver o conflito, a delegada propôs: Leve sua acusação ao Fórum. Mas, no caminho vá picotando o papel. Faça bem miúdo para que ninguém consiga ler. Diga lá que perdeu o papel no caminho. E, assim aconteceu… Com medo, Maricota obedeceu, caprichando nos picotes. Porém, quando a acusada saiu, a delegada ligou à promotora, explicando rapidamente o caso, pedindo que ela aguardasse a fofoqueira na porta do Fórum. Ansiosa e cuidadosa na tarefa de eliminar o processo, Maricota não notou que, de longe, era observada pela promotora. Quando chegou à sua presença, avermelhou de vergonha, pois não tinha o que dizer. Com autoridade, a promotora mandou: Se não quiser uma pena, volte e recolha todos os picotes. A fofoqueira olhou para trás, viu alguns papeizinhos… Contudo, a maioria tinha sido levada pelo vento… Pois, então, disse a promotora: É fácil falar… Difícil é arcar com as consequências. Uma vez solta a palavra, ninguém consegue segurá-la mais. Entre aqui e vamos acertar um serviço “voluntário” para você suprir a sua pena. A Bíblia diz que a fofoca é como uma fagulha que pode incendiar uma mata inteira (Tiago 3.5). Use sua língua para construir e não destruir. Pense bastante antes de soltar a palavra. Faça com sabedoria, sempre agradando a Deus.
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