Logo que cheguei em Garuva fiquei curioso em saber quais eram os membros que moravam mais distantes da sede paroquial. Depende do lado, me disseram. Serra acima, descobri que dois casais residiam numa localidade chamada Colônia Castelhanos, na divisa entre Guaratuba e São José dos Pinhais. Dos 50 quilômetros aqui de casa, 14 seguem em estrada de chão. Os casais – o Afonsinho e a Marli Ellmer, o Ingo e a Iracema Grassmann – cultivam bananas por décadas. Praticamente toda a produção é levada ao CEASA de Curitiba. Pela distância e pelo perigo em deixar a propriedade vazia, dificilmente estão presentes em qualquer atividade comunitária. Ernesto Roeder – um amigo idoso, mas sempre disposto – foi o meu condutor à região isolada no meio da Mata Atlântica. Sozinho dificilmente conseguiria chegar ao destino pelas quebradas do interior. Poucos pastores se aventuraram naquela região. No início, a visita ficou meio travada na suspeita de que a igreja veio “cobrar” os atrasados. Mas, não era a intenção. Sequer tinha noção da realidade financeira deles. Queria apenas conhecer e oferecer estudos na região. Assim, sistematicamente começamos a nos reunir. Às vezes, poucos, só os luteranos. Noutras oportunidades, um bom grupo. Às vezes, só com gente da vizinhança, outras com visitas de fora. Com certeza, todos os momentos foram marcantes. Em especial, lembro-me de um encontro feito debaixo da figueira num dia quente de verão. A suspeita inicial de cobrança logo sumiu. Iniciou-se assim uma forte amizade. Hoje sempre há expectativa do reencontro. Deus abençoou.
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