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Lucas 4.1-13
O Evangelho de hoje quer nos chamar a atenção sobre o mal uso do conhecimento bíblico. O diabo deve ter lido a Bíblia algumas vezes, por isso, ele conhece muitos textos bíblicos de memória. O diabo não foge da Bíblia. Mas ele aprendeu que ele pode afastar as pessoas de Deus, usando erroneamente a própria Palavra de Deus.

Vejamos o que aconteceu no texto da tentação de Jesus.
O texto do Evangelho começa apontando um grande problema da humanidade: a fome. Só no Brasil, temos pelo menos 19 milhões de pessoas passando fome, e outras 100 milhões de pessoas estão em insegurança alimentar – ou seja – não tem acesso regular e permanente a alimentos. As vezes comem, as vezes não comem. Muitas igrejas têm projetos diaconais – como a cozinha solidária ou a distribuição de cestas básicas, mas não conseguimos atender a todas as pessoas. Como resolver esse grande problema da fome?
Pelo que ouvimos do Evangelho, o diabo tem uma solução muito fácil. Ele disse a Jesus: Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras virem pão (v.3). Essa situação de fome não é nenhum problema para o poder de Deus. O diabo lembra que Jesus – como Filho de Deus – tem o poder de transformar pedras em pão – isto é – Jesus tem o poder de saciar a fome e de resolver esse problema. Deus já fez algo assim e resolveu o problema da fome do povo do Israel no deserto. O diabo, que conhece a Bíblia, o que está escrito em Dt.8.3:
Deus os deixou passar fome e depois lhes deu para comer o maná, uma comida que nem vocês e nem os vossos antepassados conheciam.

Portanto, o diabo diz que é Deus que deixa as pessoas passarem fome. Se ele quisesse ele poderia acabar com a fome no mundo, num estalar de dedos. “Se você é o Filho de Deus, faça algo para resolver o problema da fome das pessoas. Se você é Filho de Deus, então você certamente vai proteger os teus seguidores, as pessoas que confiam em ti.
Portanto, o diabo desvia totalmente a causa da fome e coloca a responsabilidade da fome nos ombros de Jesus.
Na segunda investida, o diabo faz uma proposta direta e concreta: “Se você se ajoelhar e me adorar, eu lhe darei o poder sobre os reinos do mundo e as suas grandezas” (v. 9). O Salmo 24 diz: “Ao Senhor pertencem o mundo e tudo o que nele existe, a terra e todos os seres vivos que nela vivem são dele”. Portanto, nessa segunda investida o diabo mente. Ele oferece algo que não lhe pertence, pois “o mundo e tudo o que nele existe, pertence ao Senhor Deus” (v.1). Esta é a pior de todas as tentações. Poder e dinheiro desviado em troca de fidelidade, de favores, de pregações compradas.

E na terceira investida, o diabo leva Jesus para o lugar mais alto do Templo em Jerusalém. Esse era o lugar mais sagrado da religião judaica. Outra vez vemos que o diabo não foge de lugares consagrados. Ali no lugar mais alto do templo ele propõem a Jesus uma grande jogada de marketing, algo que vai tornar Jesus famoso de um momento para o outro. Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo (v.6). Mostra que tu és o Filho de Deus. Atira-te abaixo e pousa glorioso nos braços do povo. Todos te adorarão. A causa estará ganha. A igreja vai ter milhões de seguidores. Nada como um show para atrair e convencer as multidões. E, para convencer Jesus, o tentador usa um argumento infalível. Ele cita a Bíblia o Salmo 91.9-12: “Deus mandará os seus anjos ….. e eles vão segurá-lo com as suas mãos, para que nem mesmo os teus pés sejam feridos nas pedras.”

Com essas 3 tentações Jesus nos alerta para 3 coisas importantes ainda hoje:
Devemos orar para que Deus possibilite que todas as pessoas tenham pão, mas devemos também orar para que Deus dê fome de justiça a quem tem pão. Junto com a oração das pessoas deve estar também a ação dos cristãos. Muitas pessoas já disseram que o Planeta pode acabar com a fome de bilhões de pessoas. Mas o que o planeta não aguenta é a ganância das pessoas.

Ainda hoje uma das grandes tentações é resolver os problemas da humanidade com a mera satisfação de suas necessidades ou seus desejos imediatos. Ou seja, transformar tudo em pão para alimentar as necessidades de consumo das pessoas. Tudo vira mercadoria – coisas para digerir e para consumir. Jesus não entra nessa onda e lembra ao diabo, que lá no livro de Deuteronômio, o versículo não para lá onde o diabo parou de ler, mas que o versículo continua dizendo: Deus fez isso para que o ser humano soubesse que ele não vive só de pão, mas vive de tudo o que o Senhor Deus diz.

Ainda hoje o diabo faz as pessoas pensarem que o problema da fome está somente nas mãos de Deus. Com isso, o diabo desvia o foco da verdadeira raiz do problema da fome que a questão de injustiça, de falta de trabalho e de oportunidades. Devemos orar por todas as pessoas que têm fome, mas também vemos orar para que nós sejamos generosos e além de compartilhar o alimento, também tenhamos um compromisso com a zjustiça social.

A segunda tentação nos faz pensar se ainda estamos servindo a Deus em nossas igrejas. Jesus chama a atenção de nós – ministros e ministras da Igreja – para que não deixemos de servir a Deus em nosso ministério. Jesus diz ao que desejam servi-lo: No mundo passai por muitas aflições, mas tenham bom ânimo: Eu venci o mundo. Por isso, não nos deixemos provocar por vantagens econômicas e nem nos deixemos intimidar pelo medo. Nós fizemos um compromisso de fidelidade ao Evangelho. Por isso, são para nós essas palavras de Jesus: Adore o Senhor, seu Deus, e sirva somente a ele. (v. 8)

E a terceira tentação é um alerta para que não nos desviemos da missão da igreja. A missão da Igreja é proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e estimular sua vivência pessoal, comunitária e pública. O alerta de Jesus é que a igreja não passe a ser um centro de eventos com atividades para impressionar e conseguir o aplauso das pessoas. Se nos mantivermos fieis à missão da Igreja, não precisaremos de atividades espetaculares. O crescimento da igreja será obra do Espírito Santo.

A reação de Jesus as provocações do diabo nos mostra que ainda hoje precisamos nos libertar na nossa avidez e das atitudes superficiais e imediatistas.

As necessidades materiais são importantes, mas elas precisam ser tratadas com consciência social. Se junto com a fome não nos preocupamos com a justiça social – o número de famintos só vai aumentar e nem as pessoas e nem a sociedade vai mudar. O Evangelho quer nos colocar no caminho do amor e de generosidade. Isso significa orar e trabalhar para que o amor de Deus transforme vidas e estruturas sociais.
Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus nosso Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam entre e em nós. Amém

PODCAST em:
https://anchor.fm/nilton-giese/episodes/O-diabo-manipula-a-Palavra-de-Deus-e1fara4
 

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