Ministras e ministros do Sínodo Rio dos Sinos participaram de um momento de Formação Continuada no dia 17 de junho, na sede sinodal, em São Leopoldo. Na pauta, duas temáticas inerentes ao trabalho ministerial: gestão e comunicação. Cerca de 40 ministros e ministras participaram da capacitação.
O pastor sinodal, Carlos Eduardo Müller Bock, destacou a importância das temáticas trabalhadas no encontro de Formação Continuada. “O ministro ou a ministra, ao assumir uma comunidade ou paróquia, precisa lidar com questões administrativas, bem como, ao longo de sua trajetória ministerial, administrar sua vida financeira. Além disso, o ministro ou a ministra precisa saber se comunicar com suas pessoas membras. Por isso, pensamos nessa formação, para que possamos continuar compartilhando a generosidade de Deus”, enalteceu.
A meditação de abertura foi conduzida pela diácona Veridiane de Souza, da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana de Sertão Santana. Ela refletiu sobre a Semana de Vocações, convidando ministros e ministras a despertarem o chamado para a vocação ministerial e compartilhada em suas comunidades.
Com o tema “O poder do investidor – como investir para ser livre”, o consultor de finanças Lizandro Loesch enfatizou a importância de ministros e ministras fazerem uma gestão financeira estratégica, visando uma aposentadoria com situação financeira estável. Ele chamou a atenção para o fato de o real ter perdido poder de compra, destacando que atualmente 100 reais equivalem a apenas 14 reais. Loesch também apresentou um dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta que apenas uma em cada 100 pessoas aposentadas consegue se sustentar sozinha.
Assim, o consultor pontuou que 70% da renda mensal devem ser destinados ao pagamento de todas as contas, 10% devem ser investidos para a liberdade financeira, 10% para realizações de curto prazo e 10% para oportunidades. Ele explicou que há dois pilares fundamentais para alcançar a liberdade financeira: ter um objetivo claro e definir a estratégia que será seguida.
Loesch destacou que a estratégia é simples: comprar ações de boas empresas, de setores perenes, a bons preços e que paguem bons proventos. O consultor ainda apresentou as prioridades para um investidor ou uma investidora de sucesso: ter controle dos riscos contratados, garantir que nenhuma estratégia supere a liquidez disponível e estar preparado ou preparada para as oportunidades.
A segunda palestra do dia teve enfoque na gestão eclesial e institucional sustentável. A partir do tema “Gestão e sustentabilidade: um caminho para o futuro”, o professor doutor Charles Klemz, da Faculdades EST, pontuou a importância de ministros e ministras estarem atentos e atentas à temática, considerando que, em muitas ocasiões, cabe a ministros e ministras a gestão de suas comunidades.
Klemz abordou a relevância da gestão no cotidiano ministerial. Também deu ênfase aos benefícios da gestão sustentável, que possibilita melhoria da reputação, redução de custos, novos investimentos, vantagem competitiva, eficiência operacional e atração de novos talentos.
Neste contexto, o professor apresentou os dois cursos de especialização oferecidos pela Faculdades EST em parceria com a IECLB, que estão com inscrições abertas: Gestão Eclesial Sustentável e Gestão Institucional Sustentável. “As duas formações têm como objetivos fortalecer a missão da IECLB, capacitar lideranças, promover sustentabilidade e inovação, fortalecer as comunidades, integrar fé e gestão e gerar impacto social”, explicou.
No período da tarde, a formação iniciou com a palestra da jornalista e mestra Juliana Coin, especialista em análise de redes sociais e verificação de fontes e conteúdos publicados, e coordenadora do Verifica RS. Com o tema “A vida digital – como ter um impacto positivo na internet”, Juliana compartilhou conhecimentos sobre o universo online, abordando desde a história da internet até o cenário atual, em que praticamente tudo o que é visto e consumido começa nas redes sociais.
Ela enfatizou que, diante do grande volume de informações, há uma escassez de atenção por parte das pessoas que recebem esses conteúdos. “As informações são muitas, então não há um aprofundamento. É tudo superficial”, observou.
A jornalista explicou o funcionamento das plataformas digitais e como as preferências de consumo influenciam os algoritmos, alterando o que a rede “devolve” ao usuário ou à usuária. Juliana falou sobre as chamadas “câmaras de eco”, nas quais informações, ideias ou crenças são reforçadas por repetição e filtragem, especialmente em redes como Instagram, Facebook e TikTok. “A partir do que consumimos, as redes entendem nossas necessidades e recomendam conteúdos semelhantes”, pontuou.
Juliana ressaltou que, quando um conteúdo é publicado em uma rede social, ele não reflete apenas a intenção de quem comunica, mas também capta a emoção de quem recebe a informação. “A informação comunica, determina quem é seu alvo e, ao provocar emoções, fala muito sobre quem consome o conteúdo”, explicou. Ela também destacou as inúmeras ferramentas que podem auxiliar na produção de conteúdo, apresentando exemplos práticos de como utilizar a Inteligência Artificial (IA), reforçando que a IA aprende com os humanos e que não há como replicar quem somos.
Após a palestra, foi aberto um espaço para dúvidas, no qual a especialista compartilhou sugestões para elaboração de conteúdos. A partir das necessidades apresentadas por ministros e ministras, Juliana deu exemplos práticos de como novos conteúdos podem ser criados, com foco em atrair pessoas para as comunidades. Ela ressaltou a importância de valorizar os pontos positivos de uma comunidade de fé, como os aspectos filantrópicos e as transformações de vida que a participação comunitária pode proporcionar – renovação, ânimo e pertencimento. “Para criar conteúdo, primeiro é preciso ouvir, conectar e buscar opiniões que tragam elementos afetivos e emotivos”, finalizou.
Após o intervalo, ministros e ministras se dividiram em três ambientes, onde participaram de oficinas organizadas pelo Conselho Assessor de Comunicação do Sínodo Rio dos Sinos.
Uma das oficinas, “Como criar conteúdos no Canva de forma dinâmica”, foi ministrada pela publicitária e comunicadora do Sínodo Rio dos Sinos, Ana Carolina Walzburger. “Essa oficina teve como intuito mostrar a ministros e ministras como criar, publicar e enviar convites de eventos nas comunidades, possibilitando que os conteúdos sejam feitos de forma atrativa”, frisou.
A segunda oficina oferecida foi “Noções básicas de edição de vídeos – aplicativo InShot”, ministrada pelo jornalista e comunicador do Sínodo Rio dos Sinos e da Associação Beneficente Pella Bethânia, Édson Luis Schaeffer. “De forma prática e didática, apresentamos a ministros e ministras essa ferramenta que, dentre tantas outras, possibilita criar conteúdos atrativos por meio de vídeos. São noções básicas, mas que, com a prática, vão se aprimorando”, ressaltou.
A terceira oficina, “O uso de Inteligência Artificial para agilizar ‘tarefas chatas’ no ministério”, foi coordenada pelo pastor William Felipe Zacarias, que atua na Comunidade de Hamburgo Velho, em Novo Hamburgo. “A Inteligência Artificial é uma realidade e, quando usada com sabedoria e responsabilidade, pode ser muito útil no dia a dia de ministros e ministras, como, por exemplo, criar um jogo baseado nos Dez Mandamentos”, pontuou.
O pastor William Felipe Zacarias, que também coordena o Conselho Assessor de Comunicação, destacou a importância das três oficinas, propostas a partir de uma enquete prévia realizada com ministros e ministras. “As oficinas foram pensadas com o intuito de auxiliar ministros e ministras a facilitarem a comunicação e a disseminação de informações de forma prática e dinâmica. As três temáticas abordadas foram pontuais e assertivas”, avaliou.
Texto: Édson Luís Schaeffer e Ana Carolina Walzburger/Comunicação Sínodo Rio dos Sinos
Fotos: Édson Luís Schaeffer e Silvana Soares (oficinas)