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Entres os dias 15 e 17 de dezembro, um auditor externo analisou a gestão financeira, contábil, fiscal e de RH da Sede Nacional da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB. O procedimento é realizado quatro vezes ao ano e tem por finalidade garantir a integridade da gestão dos recursos, bem como analisar os controles internos e a adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Em todas as instâncias da IECLB, há diversos mecanismos para assegurar a retidão e a transparência das ações administrativas e ministeriais. Isto acontece através da prestação de contas no âmbito contábil e de relatórios no âmbito da atividade ministerial, bem como na realização do orçamento aprovado.

Em Comunidades, Paróquias e Sínodos da IECLB, o Conselho Fiscal é o órgão responsável por examinar a prestação de contas e os documentos contábeis. No caso da Sede Nacional, o acompanhamento da administração dos recursos cabe ao Concílio da Igreja e ao Conselho da Igreja. Por decisão conciliar, desde 1999, as contas da IECLB são auditadas.

Saiba o que significa uma auditoria e confira os processos de transparência e prestação de contas na IECLB.

OBJETIVO E IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA EXTERNA

Auditor Luís Fernando Aloísio

Para esta parte da matéria, entrevistamos o auditor Luís Fernando Aloísio, da Aloísio Martins – Auditores Associados.

Quais são os objetivos da auditoria externa?

O principal objetivo da auditoria externa é fornecer uma opinião independente e imparcial sobre a fidedignidade das demonstrações financeiras de uma instituição, atestando sua conformidade com as normas contábeis e legais, garantindo transparência, e ajudando a identificar riscos e oportunidades de melhorias nos processos internos.

Uma auditoria

    • Verifica a exatidão: Confirmar se as demonstrações financeiras refletem a real situação patrimonial e financeira da instituição, sem distorções significativas.

    • Garante conformidade: Assegurar que os registros contábeis estão de acordo com as normas e regulamentações vigentes.

    • Emite um parecer: Apresentar um relatório independente sobre a validade das informações financeiras.

    • Previne fraudes e erros: Identificar falhas, irregularidades ou fraudes que possam impactar os números e a credibilidade da instituição.

    • Fornece recomendações: Apontar lacunas e sugerir melhorias nos controles internos e processos de gestão.

Quais são as etapas de uma auditoria?

As etapas da auditoria externa envolvem os seguintes itens:

1. Planejamento. A auditoria estabelece o escopo, objetivos, áreas a serem auditadas e os riscos envolvidos. Em seguida, notifica a instituição, alinha expectativas e agenda os trabalhos. Por fim, designa a equipe e as ferramentas necessárias.

2. Execução. A execução é o trabalho de campo propriamente dito. Nesta fase, a auditoria se ocupa com:

    • Coleta de evidências: Revisar documentos, entrevistar funcionárias e funcionários, testar controles internos e analisar transações financeiras.

    • Avaliação de riscos e controles: Verificar a eficácia dos controles internos da instituição e identificar áreas sensíveis.

    • Testes substantivos: Realizar verificações detalhadas em faturas, recibos e outras transações.

    • Identificação de não conformidades: Comunicar à instituição eventuais irregularidades ou falhas encontradas.

3. Relatório e comunicação. Após o trabalho de campo, a auditoria emite um parecer formal com conclusões e opiniões sobre as demonstrações financeiras. Em uma reunião, apresenta os pontos fortes, fracos e as não conformidades identificadas.

4. Acompanhamento. Após o relatório e sua comunicação, há um processo pós-auditoria, que inclui um Plano de ação e verificação. Nesta fase, a instituição desenvolve e submete um plano para corrigir as não conformidades. Em ciclos futuros, a auditoria verifica a eficácia das ações implementadas.

Quanto à condução da gestão financeira, a IECLB cumpre com os seus controles internos, mantém a documentação disponível e organizada e, esclarece, sempre que solicitada, todas as dúvidas ou situações que vão se desenrolando no desenvolvimento do trabalho.

Que orientações são importantes para as instâncias da Igreja?

As orientações de uma auditoria externa consistem, principalmente, em recomendações que visam corrigir não conformidades, mitigar riscos e aperfeiçoar processos de trabalho, além de emitir uma opinião formal sobre as demonstrações financeiras. As principais orientações e objetivos incluem:

    • Opinião sobre as demonstrações contábeis: o relatório, com opinião independente e imparcial, indica se as demonstrações financeiras da instituição refletem sua situação de forma justa e precisa, e se estão em conformidade com as normas contábeis e regulatórias.

    • Identificação de fraquezas e irregularidades: Apontar aberturas para a correção de possíveis irregularidades, falhas em procedimentos e fraquezas nos controles internos.

    • Recomendações de ação corretiva: Indicar ações específicas para tratar os riscos identificados e corrigir as não conformidades imediatamente.

    • Conformidade com normas e leis: Verificar se a instituição está obedecendo às determinações aplicáveis ao seu setor.

    • Aperfeiçoamento de processos: Sugerir melhorias na eficácia e eficiência dos processos gerenciais e operacionais da entidade.

A GESTÃO DE RECURSOS NA SEDE NACIONAL DA IECLB

Para esta parte, entrevistamos o Presidente do Conselho da Igreja, Adelino Sasse; o Secretário Geral da IECLB, Pastor Marcos Bechert; e o Secretário Executivo do Departamento Financeiro, Fábio Machado da Silva.

Adelino Sasse

Entre as funções do Conselho da Igreja está a supervisão de atividades administrativas. De que forma o Conselho acompanha a gestão financeira da Sede Nacional da IECLB?

Adelino Sasse: O Conselho da Igreja exerce uma função estratégica e supletiva ao Concílio, garantindo que a administração dos recursos da Sede Nacional aconteça de forma transparente e com responsabilidade. Esse acompanhamento ocorre por meio de diversas ações:

    • Análise periódica de relatórios financeiros e contábeis: O Conselho recebe e avalia demonstrativos detalhados sobre execução orçamentária, fluxo de caixa e cumprimento das normas contábeis e fiscais.

    • Supervisão das auditorias externas: Além de acompanhar os resultados das auditorias realizadas trimestralmente, o Conselho verifica se as recomendações estão sendo implementadas pela administração.

    • Definição e monitoramento de diretrizes normativas: O Conselho estabelece normas e orientações que asseguram a integridade na gestão dos recursos, alinhadas às decisões conciliares.

    • Reuniões regulares com a Secretaria Geral: Nessas reuniões de discutem indicadores financeiros, riscos e estratégias para garantir sustentabilidade e eficiência na aplicação dos recursos.


Em síntese, o Conselho da Igreja atua como instância de governança, zelando para que os princípios de transparência, ética e boa gestão sejam efetivamente praticados na administração da IECLB

A Secretaria Geral é a responsável pela execução do orçamento geral da Igreja. Como acontece a gestão dos recursos?

Pastor Marcos Bechert

Pastor Marcos Bechert: Junto com o Departamento Financeiro, acompanhamos a evolução do orçamento durante o ano para que seja cumprido sem ultrapassar o que foi estipulado. Os programas nacionais aprovados pelo Concílio, e que são gerenciados pela sede da Igreja, bem como as despesas de pessoal, seguem as orientações do Conselho da Igreja.

Ministros e Ministras da sede nacional recebem de acordo com a Política de Subsistência Ministerial, assim como acontece em Comunidades e Sínodos. As pessoas funcionárias, contratadas em regime de CLT, seguem as regras das leis do trabalho, de acordo com as funções técnicas requeridas para cada cargo.

A Comissão de Finanças, criada pelo Conselho da Igreja, se reúne regularmente para o monitoramento das receitas e despesas. A auditoria externa cumpre a função fiscalizadora, cujo parecer vai para o Conselho da Igreja, que tem a responsabilidade de aprovar o balanço.

A busca pelo melhor orçamento e melhor serviço para a execução de projetos é uma premissa que seguimos. Não fazemos gastos desnecessários na Secretaria Geral. Tudo o que fazemos com os recursos  disponibilizados, fazemos com a ciência de que é presente de Deus e deve ser investido para cumprir da melhor forma com a missão que a Igreja recebeu de Deus.

O departamento financeiro conduz a gestão financeira da Sede Nacional da IECLB. De onde provêm os recursos e onde são utilizados?

Fábio Machado Silva: Em 1996, o Concílio da Igreja deliberou sobre a contribuição das Comunidades ao Sínodo e à Administração Central da IECLB. O Concílio estabeleceu  o repasse de 10% dos recursos das Comunidades para manter os trabalhos em âmbito sinodal e nacional. Este percentual é enviado ao Sínodo, que faz a divisão de acordo com as regras estabelecidas.

O Concílio de 2024 aprovou alterações na divisão do dízimo. De acordo com a nova decisão conciliar, a distribuição seguirá o seguinte parâmetro:

Em 2026 e 2027, dos 10% enviados ao Sínodo

    • 43,2% permanecem no Sínodo.
    • 52% vão para a administração central da IECLB.
    • 4,8% se destinam ao Fundo de Solidariedade dos Sínodos (FSS).

A partir de 2028, dos 10% enviados ao Sínodo

    • 45% permanecem no Sínodo,
    • 50% seguem para a Administração Central,
    • 5% vão para o Fundo de Solidariedade dos Sínodos (FSS).

Os recursos que chegam à Sede Nacional da IECLB são aplicados em atividades essenciais para a organização da Igreja e a realização da missão. A Sede Nacional presta serviços estruturais e de apoio que seriam inviáveis isoladamente. As atividades envolvem, por exemplo, formação, diaconia, missão, comunicação, apoio técnico e financeiro. Elas beneficiam, direta e indiretamente, todas as instâncias da Igreja..

Exemplos de atividades realizadas a partir da Sede Nacional

    • Efetivação do que é disposto pela Constituição e pelo Regimento Interno da IECLB, garantindo a unidade doutrinária, a ordem e a disciplina eclesiástica em todo o território nacional, zelando pela unidade confessional e orientando a missão da Igreja.

    • Formação de Ministras e Ministros, desde o acompanhamento a Estudantes, Ministros Candidatos e Ministras Candidatas, até a formação contínua de Ministras e Ministros em atividade.

    • Promoção do Sacerdócio geral de todas as pessoas que creem, através da elaboração de materiais e realização de cursos, oficinas e seminários em âmbito nacional e sinodal. Os materiais e atividades de formação abrangem as mais diversas áreas, tais como: Tema do Ano, culto, música, estudos bíblicos, diaconia, trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens.

    • Desenvolvimento e manutenção de sistemas de gestão, tais como o Sistema Integrado de Gestão (SIG), que auxilia as unidades da Igreja nas suas tarefas administrativas, financeiras e ministeriais.

    • Atuação do Núcleo de Projetos, que apoia iniciativas de Comunidades e organizações ligadas à IECLB, facilitando a gestão e a captação de recursos para projetos específicos.

    • Ações de comunicação que divulgam informações e fortalecem a visibilidade pública da igreja. Entre os canais de comunicação, podemos citar as redes sociais, o Portal Luterano e o Aplicativo  IECLB.

Em resumo, a Sede Nacional da IECLB atua como um centro de coordenação, solidariedade e serviço, utilizando os recursos provenientes das contribuições das Comunidades para manter a estrutura eclesiástica nacional, garantir a formação de lideranças, ministras e ministros, e prestar apoio técnico e financeiro, especialmente aos Sínodos e Comunidades, cumprindo a missão da Igreja como um todo.

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Vale do Taquari

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