LITURGIA PARA O DOMINGO DO CRISTO REI E CONSCIÊNCIA NEGRA
23 DE NOVEMBRO DE 2025
A celebração une o Domingo do Cristo Rei e o Dia da Consciência Negra (20 de novembro).
O arquivo da liturgia com informações introdutórias e instruções para preparo do culto está disponível em PDF ao fim da página (REDE DE RECURSOS – Arquivos para Download)
Som de tambores (atabaque ou caixa de maracatu) marcando o início, lembrando a herança africana na fé e cultura brasileiras.
“O amor e a fidelidade se encontrarão, a justiça e a paz se beijarão” (Sl 85.10) Seja bem-vinda, seja bem-vindo a este encontro de fé e esperança.
Hoje celebramos Cristo Rei, o pastor justo que, em amor, reúne seu povo. Como pessoas reunidas pelo amor de Cristo, fazemos memória ao Dia da Consciência Negra, lembrando que o Reino de Deus floresce onde há igualdade e justiça.
No altar, o feijão preto nos recorda a resistência e a partilha do povo negro, sinal de esperança, de liberdade e de vida compartilhada em Cristo.
Assim como o feijão sustenta a mesa brasileira, que a graça de Deus sustente nossa fé e nos una em justiça e paz.
Canto: LCI 28 – Vinde todos os povos
Celebramos este culto em nome do Deus da vida, que em Cristo nos salva e que, pelo Espírito Santo, nos anima a viver em comunhão. Amém.
Orientação: A pessoa que conduz a oração segura um grão de feijão na mão e, ao final da oração, deposita o grão na bacia de barro que estará cheia de feijões, junto à cruz.
Deus nos chama a reconhecer o nosso pecado que fere e divide. Por isso, diante da cruz de Cristo nós…
– Confessamos o pecado do racismo que mata, exclui e silencia;
– Confessamos nossas omissões diante do sofrimento do povo negro;
– Confessamos os privilégios brancos que não questionamos e os silêncios que sustentam a injustiça;
– Confessamos as vezes em que fomos indiferentes à dor e à luta de nossas irmãs e nossos irmãos negros.
Deus de misericórdia, acolhe a nossa oração, dá-nos o teu perdão e transforma-nos em povo reconciliado. Amém.
Canto: LCI 562 – Transforma, Senhor
Deus, em seu amor, reúne e reconcilia as pessoas dispersas e divididas por causa do pecado.
Assim ouvimos da carta aos Colossenses, capítulo 1, versículos 13 a 14:
“Ele nos libertou do poder das trevas e nos transportou para o reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, o perdão dos pecados”.
Na certeza de que em Jesus Cristo somos pessoas perdoadas, vivamos como povo reconciliado, chamado a semear justiça, paz e amor. Louvemos a Deus, cantando:
Canto: LCI 164.4 – Seu nome é Maravilhoso
Oremos!
Deus da vida, abre o nosso coração para a tua Palavra. Que o projeto de Cristo nos inspire a viver a fé como compromisso com a dignidade e a justiça. Fortalece-nos para superar o racismo e renova em nós a esperança de um mundo de irmãs e irmãos em comunhão. Por Jesus Cristo. Amém
Leitura: Jeremias 23.1-6
Aclamação do Evangelho
Canto: LCI 181 – Aleluia
Leitura: Lucas 23.33-43
Palavra do Senhor!
Canto:
Impulsos para a pregação
Os textos bíblicos de Jeremias 23.1–6 e Lucas 23.33–43 conduzem à reflexão sobre o reinado de Cristo como expressão da justiça de Deus, que reúne o povo disperso e acolhe as pessoas que sofrem. Cristo Rei é aquele que governa pela compaixão e serve com amor, contrapondo-se a todos os poderes que oprimem e dividem.
1. Que tipo de rei é Cristo? Seu trono é a cruz e seu poder é o serviço.
2. O que o feijão nos ensina sobre o Reino de Deus? O Reino nasce do chão da vida, da mesa que partilha.
3. O que Jeremias anuncia ao falar de um rei justo? Um reinado de cuidado e sabedoria, não de opressão.
4. Onde Cristo reina hoje? Especialmente entre as pessoas que sofrem, resistem e lutam por dignidade.
5. Celebrar Cristo Rei e o Dia da Consciência Negra é unir fé e compromisso com a justiça. Porque fé sem justiça é vazia, e consciência sem ação é só lembrança.
6. “Venha a nós o teu Reino” é oração que exige coerência e ação concreta. Como expressão da fé no Cristo que reina em justiça e serve em amor, ser antirracista é um chamado e uma questão de fidelidade ao evangelho.
Canto: A Missão da gente (Autoria de Louis Marcelo Illenseer – partitura no arquivo anexo)
Motivação: Assim como o feijão sinaliza resistência e partilha de vida, alimento simples e símbolo da mesa brasileira, que nossos dons oferecidos diante de Deus sustentem vidas, fortaleçam a busca por justiça e a vida em comunhão. Informar o destino das ofertas.
Canto:
Fortalecidas e alimentados pela Palavra, oremos a Deus expressando motivos de gratidão e intercessão:
Deus da vida, nós te damos graças pela fé que nos sustenta, pela vida que nos concedes e pela comunidade que se reúne, mesmo a distância. Agradecemos pelos dons da criação, pelo alimento que nos fortalece e pela diversidade de culturas e povos que enriquecem a nossa caminhada de fé.
Suplicamos pela tua Igreja em todo o mundo, para que seja sinal de esperança e solidariedade; que nossas comunidades sejam espaços seguros, onde pessoas na sua diversidade étnica, cultural e de gênero possam viver sua fé, livres de qualquer violência e discriminação.
Pedimos de modo especial pelas famílias negras que perderam filhos e filhas, vítimas da violência racial. Lembramos da juventude negra, para que encontre caminhos de vida, futuro e esperança.
Clamamos, ó Deus, pelo fim das guerras e das violências que continuam ferindo povos e destruindo vidas – em Gaza, no Sudão, na República Democrática do Congo e em tantos outros lugares próximos e distantes de nós. Que cessem os conflitos, que se abram caminhos de diálogo, justiça e paz.
Intercedemos pelas pessoas doentes, enlutadas e sozinhas. Oramos pelas pessoas que governam em todas as instâncias da sociedade e Igreja, para que atuem com sabedoria para superar o racismo e agir para o bem comum do teu povo.
Ouve-nos, ó Deus, e faz transbordar tua graça e tua justiça sobre toda a terra. Por Jesus Cristo, que contigo e o Espírito Santo vive e reina com justiça e amor. Amém.
[Durante esta fala, uma ou duas crianças colocam punhados de feijão em um vaso transparente, enchendo-o até que transborde — sinal de esperança abundante.]
CANTO
[Durante o canto, faz-se a procissão dos elementos e o preparo da mesa da comunhão]
Deus da vida e da justiça, te damos graças pela mesa que reúne e alimenta teu povo. Aqui, o pão, o suco da videira e o feijão nos recordam tua presença nos gestos simples de partilha e resistência.
Tu nos mostraste, em Jesus Cristo, o Reino que serve e cura. Ele nos ensinou que liderança verdadeira é serviço, que comunhão é partilha, e que um coração justo e agradecido cativa e sustenta.
Por isso, nos reunimos em torno desta mesa para celebrar a dádiva do teu amor em Cristo. Pois…
Na noite em que foi traído, Ele tomou o pão, deu graças, partiu e disse: Tomem e comam; isto é o meu corpo, que é dado por vocês. Façam isto em memória de mim.
Depois da ceia, tomou o cálice e disse: Tomem e bebam; este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês. Façam isto em memória de mim.
Assim, ó Deus, lembramos tua entrega e celebramos tua vitória. Derrama sobre nós o teu Espírito, para que este alimento nos fortaleça na fé e nos una na busca por justiça e comunhão.
Por Cristo, com Cristo e em Cristo, na unidade do Espírito Santo, sejam dadas a ti toda honra e glória, agora e sempre.
Amém.
O cálice da bênção pelo qual damos graças é a comunhão no sangue de Cristo. O pão que partimos é a comunhão do corpo de Cristo.
C. Nós, embora muitas e muitos, somos um só corpo.
Deus de amor, agradecemos porque nesta mesa nos alimentaste com tua graça. Que esta comunhão nos fortaleça como pessoas chamadas a testemunhar o evangelho com sabedoria, justiça e coragem. Que cada coração agradecido seja testemunho vivo que cativa e sustenta vidas, espalhando sinais do teu Reino em nossas Comunidades. Por Jesus Cristo. Amém.
Que a bênção do Cristo Rei encha tua vida de esperança, renove tua força a cada dia
e faça brotar em ti gestos de justiça, paz e amor.
Assim te abençoe Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
[Distribuir saquinhos de feijão para cada participante do Culto]
Vamos em paz!
Sigamos no mundo como povo que semeia justiça.
E, qual semente de feijão que, multiplicada, alimenta comunidades inteiras, sejamos nós sinal do Reino de Deus que cresce quando semeamos justiça, paz e antirracismo em cada gesto do nosso dia. Amém
Elaboração: Pastora Carmen Michel (Coordenação de Gênero, Gerações e Etnias da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB), em parceria com o Grupo Identidade da Faculdades EST.
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