A 4ª Convenção Nacional de Ministras e Ministros da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) encerrou com o culto no dia 16. O encontro aconteceu em Foz do Iguaçu/PR, nos dias 14-16/10/2025.
A Missionária Ana Aline Centeno Medeiros, a Pastora Dulce Engster, o Sr. Heinz Egon Löwen, o Pastor Mauro Batista de Souza e o Pastor Odair Airton Braun oficiaram o culto.
Liturgia celebra comunhão, vocação, compromisso e paz
“Na força do Santo Espírito, sopro de Deus vivente, viemos de tantos lugares e nos reunimos como IECLB. Uma igreja em movimento, que vai e vem, onde podemos servir a partir dos nossos dons. Esta 4ª Convenção, nos convidou: Venham ver! Que bom que você veio, que nós viemos!” Com estas palavras de acolhida, a Pastora Dulce saudou a comunidade ali reunida.
A missionária Ana Aline complementou: “Bendito seja Deus que tem nos sustentado e acompanhado em todos os momentos, em nossas forças e fragilidades. Na ventania suave do Santo Espírito, somos impulsionadas e impulsionados a seguir a missão de ‘anunciar boas-novas, de fazer ouvir a paz, de anunciar coisas boas, de fazer ouvir a salvação’”.
Já na liturgia do Glória, o Sr. Egon expressou louvor e gratidão: “Louvamos e agradecemos a Deus pela comunhão ministerial e por tudo o que vimos e vivenciamos em nossa 4ª Convenção. Quão formosos foram os abraços, os reencontros, conhecer outras e outros colegas de ministério. Graças que Deus nos convida à sua Missão e nos chama ao anúncio de suas boas-novas”.
Cantos, confissão de pecados, anúncio da graça, orações, bênçãos e envio estavam conectados com o tema do encontro, com a vocação e o compromisso de anunciar o Evangelho.

Prédica destaca o fundamento da vocação e a paz que supera o medo
Cristo chama: siga-me
Os Pastores Odair Braun e Mauro Souza, respectivamente, Pastor 1º Vice-Presidente e Pastor 2º Vice-Presidente conduziram a pregação com base nos textos bíblicos de Isaías 52.7-8; João 1.43-46 e João 20.18-23. Acompanhe um resumo:
Destacou-se que a imagem dos pés formosos de Isaías 52 serviu de desafio e alimento nos dias de Convenção. Há pés firmes, fortes, formosos, mas também cheios de calos, cicatrizes e poeira da estrada.
Na convenção, foi renovado o chamado: sigam-me. E também lembrou-se que o fundamento da vida, da vocação e do ministério, é Jesus Cristo e seu evangelho. Os dias de encontro também permitiram lembrar que lá atrás, Deus chamou para servir a Cristo. E Deus chama de diversas formas, em diversos momentos e situações.
As diferenças e os entendimentos diversos não podem ser maiores do que aquilo que une: a fé em Jesus Cristo, e a certeza de que o Reino de Deus revelado no Evangelho é uma realidade pela qual vale a pena viver e morrer.
Os poucos dias de Convenção foram um tempo de “vir ver” Cristo na Palavra, na comunhão, no debate, na música, na oração, no aprendizado mútuo, no reencontro, nas lágrimas e no sorriso. Agora, é hora de ir de volta.
O milagre da paz de Cristo
A cena descrita em João 20 mostra pessoas reunidas, portas trancadas, medo de perseguição e julgamento. É a imagem da angústia, do sofrimento e da incerteza que paralisam.
O medo também aparece em muitos momentos do ministério: medo do futuro, do esvaziamento da comunidade, da incompreensão, dos conflitos, da violência, do desprezo pela fé, da polarização, da enfermidade, até o medo de amar.
No texto bíblico, o milagre acontece quando Jesus vem, põe-se no meio daquele pessoal e diz: Paz seja com vocês! Esta é a paz que dissipa o medo, abre portas trancadas, sara corações angustiados, gera comunhão e diálogo.
É dessa a paz que somos chamados a anunciar. É a paz de quem recebe a visita de Jesus e tem sua vida transformada.
Para anunciar a paz, é preciso ter paz consigo mesmo, consigo mesma. Alguns impulsos foram indicados na prédica: cuidar da saúde física; não descuidar da saúde espiritual; não descuidar do diálogo e compreensão; exercitar a gestão financeira pessoal, buscando o equilíbrio; praticar a reconciliação e o perdão.
Também houve indicativos de passos que podem ser dados em âmbito paroquial e sinodal: programa de visitas missionárias e diaconais, formação para a paz, capacitação na mediação de conflitos e comunicação não-violenta.
O encontro que transforma
Antes de encontrar os discípulos, Jesus havia se encontrado com Maria Madalena. A transformação operada em sua vida a levou do pranto e tristeza ao anúncio. Ela correu e declarou: Eu vi o Senhor! (João 20.18).
Maria Madalena foi pregadora do Evangelho da Ressurreição, foi portadora dos pés formosos. E é isso que somos chamados e chamadas a ser.
O envio é a consequência do Siga-me e do Venha Ver, é decorrência do encontro que tivemos com Jesus quando ele nos chamou ao ministério. Que saiamos daqui com as mentes cheias de ideias, com os corações aquecidos pela presença do Cristo em nosso meio. Que o Espírito Santo de Deus nos encha de coragem criativa e compaixão perseverante.
Dinâmica do tsuru

Após a pregação, cada pessoa recebeu um tsuru de papel, indicando que a vida está sendo dobrada com cuidado pelas mãos do Deus criador: “Suas asas não estão paradas; estão sendo preparadas para o voo. E mesmo que você se sinta de papel, o Espírito de Deus sopra sobre você o vento da esperança, para que voe, propagando a paz”.
Na tradição japonesa, o tsuru é símbolo de esperança. Diz-se que a pessoa que dobrar mil tsurus de papel poderá ver um milagre acontecer. Após a tragédia de Hiroshima, crianças começaram a dobrar tsurus como oração pela paz.
Uma delas foi Sadako Sasaki, que adoeceu por causa da radiação. Em agosto de 1955, uma amiga visitou-a no hospital e fez para ela um origami de um tsuru. Sadako começou, então, a fazer tsurus de papel. Conseguiu em torno de 640 até a sua morte em 25/10/1955. Após sua morte, pessoas amigas completaram os mil tsurus. Mais tarde, ergueram um monumento em sua memória, no Parque da Paz, em Hiroshima, e lá gravaram: “Este é o grito, esta é a nossa oração. Paz na terra!”
As palavras de envio reforçaram a dinâmica do tsuru: “Que a paz de Cristo seja teu horizonte, e o sopro do Espírito, o vento que te sustenta. Vá em paz, como um tsuru que atravessa os céus, leve, frágil e, ao mesmo tempo, indestrutível, pois quem te sustenta é o Deus que te chama a anunciar suas boas-novas, que te acompanha no servir com gratidão e alegria”.
Confira o álbum de fotos do último dia da 4ª Convenção Nacional
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