Lado AÇÃO – Teatro
DIÁLOGO PARA ENTENDER LUTERO E A BÍBLIA
Catequista Louis Marcelo Illenseer
Técnica:
Para entender a relação de Martim Lutero com a Bíblia, propomos a dramatização como recurso pedagógico. Aproveite o diálogo entre a jovem Amanda e o jovem Augusto para abordar o assunto com seu grupo ou comunidade.
Diálogo:
– Oi Amanda!
– Oi, Augusto. Que novidades você traz?
– Sabe, a minha professora de história pediu que eu pesquisasse sobre as traduções de textos antigos. Então perguntei se podia pesquisar sobre as traduções da Bíblia, e ela disse que tudo bem.
– Ei, Augusto, eu participei uma vez de uma oficina sobre liderança na igreja. Lá a gente aprendeu alguma coisa sobre a tradução da Bíblia por Martin Lutero.
– Como assim? Você tem algum material?
– Acho que sim. Vamos ver.
– Aqui neste texto tem alguma coisa. Vamos ver. Aqui diz como Lutero fez a tradução!
– Espera Amanda, antes de ler esse texto, preciso saber em que língua a Bíblia foi escrita.
– A Bíblia? Isso eu aprendi no Ensino Confirmatório. O Antigo Testamento foi escrito nas línguas aramaica e hebraica. O Novo Testamento foi escrito na língua grega.
– Olha, Amanda, aqui neste texto diz que a Bíblia, antes da reforma, era lida no latim.
– Sim. A Bíblia foi traduzida para o latim, pois a religião católica foi a religião oficial do Império Romano desde o Imperador Constantino, lá pelo século 4 d.C.
– Então, como foi que Lutero traduziu a Bíblia, Amanda?
– Bom, até o século XVI, não havia outra versão da Bíblia que não fosse a em latim. Então apareceu Lutero, que resolveu virar um monge e servir a Deus. Só que ele tinha um problema: ele acreditava seriamente que Deus era um cara muito mau, que só queria castigar as pessoas. Para virar monge, era preciso estudar latim. Foi aí que Lutero começou a ter contato com a Bíblia.
– Certo. Mas e a tradução?
– Calma, Augusto! A igreja na época de Lutero aproveitava-se do medo das pessoas e cobrava pela salvação. As pessoas pagavam certa quantia em dinheiro e recebiam em troca uma carta declarando a salvação. Lutero, ao ler a Bíblia, entendeu a coisa de outra maneira. Para ele, segundo as Escrituras, a salvação era concedida por Deus. As pessoas só precisavam acreditar em Cristo e não era necessário pagar nada para ter a salvação, apenas crer!
– E daí, o que aconteceu?
– Aconteceu que Lutero arrumou uma grande briga com a instituição, com os padres e principalmente com o papa. Lutero não se calou diante das injustiças e escreveu textos questionando as ações da igreja. Como não aceitava essa situação, ele queria que mais pessoas tivessem acesso à Bíblia, por isso, ele traduziu, primeiramente, o Novo Testamento do grego para o alemão. Isto foi no ano de 1522. Veja aqui, Augusto, há uma citação de Lutero em 1530 sobre isso:
Não se deve querer falar alemão como se encontram as letras na língua latina. Ao contrário, devemos perguntar à mãe em casa, às crianças na rua, ao homem comum no mercado, olhar atentamente para suas bocas, como costumam falar, e traduzir correspondentemente. Aí essas pessoas entendem e notam que se fala alemão com elas.
– Puxa, Amanda, o cara era fera mesmo.
– Com isso ele tornou a Bíblia acessível para todas as pessoas que sabiam ler. Mas naquela época poucas pessoas eram alfabetizadas. Por isso Lutero defendeu também a educação e cobrou dos príncipes a criação de escolas.
– Ah, e tem outra, Amanda. Nas aulas de história, a professora falou sobre o surgimento da imprensa. Isso tem alguma relação?
– Sim, Augusto. A tradução da Bíblia para a língua do povo foi muito importante para a Reforma. Mas foi o surgimento da imprensa que permitiu que ela se tornasse popular. A imprensa tornou bem mais rápida e abrangente a divulgação das ideias da Reforma.
– É, eu imagino o trabalho que seria se Lutero tivesse que copiar à mão cada exemplar da Bíblia!
– E o legal é que, quando a Reforma alcançou outros povos, a Bíblia também foi traduzida para outras línguas como o Português. Hoje é o livro mais traduzido e vendido no mundo!
– Obrigado pelas explicações, Amanda! Uma hora dessas vou até a sua igreja, como é mesmo o nome?
– É um palavrão, mas vamos lá: Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.
– Certíssimo! Tchau!
– Tchau!
Este estudo teve a linguagem revista e atualizada. A proposta integra o volume 3 da Coleção Palavração denominado “Graça e Fé: temperos para a vida”, publicado em 2003 pelo Departamento Nacional para Assuntos da Juventude da IECLB – DNAJ, sob a coordenação de Cláudio Giovani Becker e impresso por Contexto Gráfica e Editora (ISBN 85-89000-14-1).
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