Elsa Brändström nasceu em 1888. O pai era militar que, antes que ela nasceu, foi transferido para Petersburgo, na Rússia, para ser representante da Suécia naquele lugar. Hoje diríamos: ele era cônsul sueco em Petersburgo.
Depois da infância, a filha Elsa foi mandada para a Suécia para cursar um seminário para professores. Quando tinha concluído o seminário, como professora de 20 anos, ela voltou para Petersburgo e começou a participar da vida luxuosa da alta sociedade de lá. Mas não foi isso que ela queria. Sempre sonhava em ajudar os outros.
Com o começo da Primeira Guerra Mundial, em 1914, e sabendo das condições horríveis em que viviam os prisioneiros de guerra alemães na Rússia, Elsa resolveu fazer um curso de enfermagem e foi nomeada representante da Cruz Vermelha da Suécia. Visitou, num hospital, a seção dos prisioneiros hospitalizados, e apavorou-se.
Para ajudar todos os prisioneiros, ela levou doações para a Sibéria e viu que a situação dos prisioneiros era muito pior do que ela imaginava: frio, percevejos, piolhos e doenças, em especial o tifo, atormentavam os prisioneiros. Ela se deu conta: Aqui é o lugar, onde Deus me quer ver! Ficou lá e viveu com os prisioneiros nas mesmas condições: passando fome e dormindo no chão, em lugares onde, às vezes, tinha homens que já estavam mortos.
Depois de 2 anos, ela escreve: Só vivendo alguns meses com os prisioneiros, é possível conhecer a sua vida. Só levar doações para os prisioneiros não é o suficiente. Dessa maneira, os homens tornam-se máquinas. É preciso ouvi-los e trocar pensamentos, deixar senti-los um pouco de calor humano. Quando, uma vez, um doente começou a chorar, e ela o perguntou, por que estava chorando, este prisioneiro lhe disse: Irmã, eu só choro, porque a senhora é tão boa para mim! Faz tanto tempo que ninguém foi bom para mim!”
Durante seis anos, Elsa trabalhou para os prisioneiros na Sibéria. Eles a chamavam de “Anjo”. Ao todo, o Anjo da Sibéria chegou a conhecer 700 000 prisioneiros.
Quando a guerra tinha terminado, Elsa fez o que alguns prisioneiros lhe pediram: Cuidar das crianças que perderam seus pais na guerra. Ela mesma fundou, com o dinheiro que entrou pela venda do seu livro “Entre prisioneiros na Sibéria”, um orfanato na Alemanha e, além disso, ajudava na criação de outros orfanatos.
Dos recursos que vieram através da venda do livro, também fundou um sanatório para prisioneiros que voltavam da Sibéria.
Em 1931, ela casou e, em 1935, Elsa, o seu marido e a filha de três anos, tiveram que emigrar para os Estados Unidos. Em Massachusetts, ela encontrou, também, bastante trabalho, em especial para ajudar desempregados.
Depois da Segunda Guerra Mundial, Elsa ajudou a mandar alimentos e roupas para a Alemanha.
Em 1948, faleceu aquela que colocou em prática as palavras do Apóstolo João, em sua primeira carta: “Filhinhos, não amemos só com palavras, só da boca para fora, mas de fato e de verdade”.