No domingo de 17 de agosto, às vésperas do início da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que acontece de 21 a 28 de agosto, a Comunidade Evangélica de Confissão Luterana São Lucas em Porto Alegre evidenciou aquilo que já está em sua essência: a inclusão e a diversidade. O culto contou com a participação especial da Banda Som Auto, da APAE de Dois Irmãos, que brindou as pessoas presentes com sua música e seu entusiasmo.
A partir de Marcos 3.1-6, a comunidade refletiu sobre a importância de superar o capacitismo e continuar atuando na promoção do acolhimento de todas as pessoas. “Que o amor de Deus seja pleno entre nós, vivenciado em relações justas e inclusivas”, enfatizou a pastora da São Lucas, Scheila dos Santos Dreher.
A celebração ainda contou com a Profissão de Fé e a acolhida de novas membras e novos membros. Confira o vídeo compacto e alegre-se: https://www.youtube.com/watch?v=rlc6JfkpAWc
Mais sobre a Banda Som Auto
O musicoterapeuta e coordenador do grupo, Günter Kasinger, explicou a origem no nome da Banda Som Auto. “O nome da banda Som Auto teve sua gênese como Som Alto, com a letra L, remetendo à ideia de amplitude: fazer muito barulho, colocar para fora, se fazer ouvir e atingir mais longe. Contudo, ao trocarmos o L pelo U, o nome adquiriu ainda maior significância. A palavra auto, em sua origem latina actus, remete a ‘ato’ ou ‘ação’. Já na língua grega, autós expressa ‘o próprio’, ‘si mesmo’ ou ‘por si próprio’”, expôs.
Neste sentido, Kasinger colocou que a Banda Som Auto deseja ouvir, ser ouvida e compreendida. “Quer se constituir como um ato que rompe os limites da instituição APAE, sendo capaz de se fazer presente no espaço público e documentar, nos autos do processo da vida, o valor intrínseco de cada ser humano. Inspirada na dramaturgia, a banda faz uma crítica aos valores morais e preconceitos que tentam sufocar as diferenças e não reconhecem que toda pessoa tem direito a uma vida com dignidade. No contexto grego de autós, enquanto banda formada por pessoas com deficiência, assume a liberdade de escolha — autonomia —, exercida inclusive na definição do repertório musical e nas decisões conjuntas sobre a dinâmica a ser executada”, sublinhou.
Texto: Pastora Scheila dos Santos Dreher
Edição: Édson Luís Schaeffer/Comunicação Sínodo Rio dos Sinos
Fotos: divulgação