A Banda Som Auto da APAE de Dois Irmãos brindou a Comunidade Evangélica de Confissão Luterana São Lucas com sua música e seu entusiasmo no culto de 17.08.25, às vésperas do início da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que acontece de 21 a 28.08. A celebração contou, ainda, com a Profissão de Fé de 03 pessoas e a acolhida de 17 famílias de novas membras e novos membros que ingressaram na Comunidade no último ano. Confira o vídeo compacto e alegre-se conosco!
Sobre a origem do nome da Banda Som Auto, Günter Kasinger, musicoterapeuta e coordenador do grupo, explica: “O nome da banda Som Auto teve sua gênese como Som Alto, com a letra L, remetendo à ideia de amplitude: fazer muito barulho, colocar para fora, se fazer ouvir e atingir mais longe. Contudo, ao trocarmos o L pelo U, o nome adquiriu ainda maior significância. A palavra auto, em sua origem latina actus, remete a “ato” ou “ação”. Já na língua grega, autós expressa “o próprio”, “si mesmo” ou “por si próprio”. Assim, a Banda Som Auto deseja ouvir, ser ouvida e compreendida. Quer se constituir como um ato que rompe os limites da instituição APAE, sendo capaz de se fazer presente no espaço público e documentar, nos autos do processo da vida, o valor intrínseco de cada ser humano. Inspirada na dramaturgia, a banda faz uma crítica aos valores morais e preconceitos que tentam sufocar as diferenças e não reconhecem que toda pessoa tem direito a uma vida com dignidade. No contexto grego de autós, enquanto banda formada por pessoas com deficiência, assume a liberdade de escolha — AUTONOMIA —, exercida inclusive na definição do repertório musical e nas decisões conjuntas sobre a dinâmica a ser executada.”
A Pa. Scheila dos Santos Dreher, ministra local, comenta, ainda, a respeito da celebração: “A música estava ótima! Gratidão ao grupo! Günter, na função de coordenador, enquanto cantava ao microfone e tocava violão, indicava as posições a serem tocadas pelo tecladista com os pés, colocando-os sobre as notas escritas em papel e dispostas no chão: genial!
A reflexão no culto passou pela urgência de transpormos muros visíveis e invisíveis que nos separam enquanto seres humanos, como o capacitismo; de vivermos novas relações de inclusão bem diferentes das “leis da feiura” praticadas nos EUA por mais de um século e meio que excluíam de lugares públicos pessoas doentes, deficientes e mutiladas, oficialmente, até 1990, e que ainda encontram ecos na atualidade nesta nação; e de vivermos o amor pleno de Jesus, que chamou para o centro da roda o homem da mão ressequida, conforme Marcos 3.1-6, e o curou, permitindo sua reintegração à sociedade e ao espaço religioso do seu tempo.
Ainda fomos agraciadas e agraciados com um presente em forma de palavras afetivas. Na sexta-feira, quando recebi o buquê de flores enviado pela Alice Fischer-Morello, florista voluntária da Comunidade, fiquei encantada com a sua leveza. Então, fotografei-o e enviei o registro para a Alice, agradecendo-a. Ela me retornou o que segue: “Escolhi flores bem coloridas em homenagem à Banda. Cada pessoa é diferente em cor, perfume, formato, jeito de nascer e florescer, e todas são lindas… mas juntas, fazemos um conjunto ainda mais lindo, variado e colorido! Que sem graça se fôssemos todos iguais!”. Assim encerrei a pregação no domingo (com o consentimento de divulgação da parte da Alice), também desejando que novas membras e novos membros acolhidas e acolhidos como tal na ocasião realmente se sentissem em casa. Que o amor de Deus seja pleno entre nós na vivência de relações justas e inclusivas!” – sublinha a Pa. Scheila.