O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) Alegria e Esperança é mantido pela OASE Centro Santa Cruz, do Sínodo Centro-Campanha Sul, a 33 anos. Atende 45 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade encaminhados pelo CRAS Integrar. A realidade social na qual estas crianças e/ou adolescentes estão inseridos, urge mostrar-lhes que um outro mundo é possível e que pequenas ações para o bem podem ser feitas por eles também, com o intuito de ESPERANÇAR um futuro melhor para os atendidos.
Um pouco da história:
Uma das senhoras integrantes da OASE observava um movimento intenso de crianças e adolescentes de um bairro popular de Santa Cruz do Sul em direção ao Centro. Estas batiam na porta de sua casa pedindo comida. Ela, por sua vez, tentava se inteirar da rotina destes jovens, dando-lhes abertura para conversar sobre o seu dia a dia. Certo dia, enquanto conversava com alguns no portão, uma forte chuva desabou. Ela, então convidou-os para se abrigarem na garagem. Enquanto aguardavam a chuva passar, propôs algumas atividades. Entre os visitantes havia um menino analfabeto, que dizia que a sua mãe havia lhe falado que tinha 12 anos de idade. Tentou então lhe ensinar o algarismo 1. Após muitas tentativas desastradas ele conseguiu e, neste momento, vieram explosões de alegria com saltos e socos de satisfação no ar. Foi uma cena emocionante. Na próxima visita a sua casa, a senhora comunicou-lhes sobre o desejo de iniciar um grupo de convivência e perguntou-lhes se estavam dispostos a participar. A resposta foi unânime: SIM. Entrou em contato com a responsável pelo trabalho diaconal da Paróquia, que conseguiu a cedência de um espaço físico da Comunidade Martin Luther, próximo ao bairro de onde vinham aqueles jovens. Assim, em setembro de 1992 foram convidados a dirigir-se ao centro comunitário da Comunidade Martin Luther. Era o início do projeto diaconal.
Duas senhoras foram ao local na hora combinada, mas ninguém apareceu. Houve mais algumas tentativas frustradas, até que ambas foram até o bairro. Encontraram os jovens pela rua, que ao serem questionados do porquê de não terem ido, justificaram que suas mães não autorizaram suas idas por terem receio de que seus filhos fossem entregues para a Entidade Municipal que acolhia menores desassistidos. Esclarecida a questão e levados para conhecer o espaço físico, na semana seguinte os encontros começaram a acontecer. E o grupo foi crescendo a cada encontro.
Em 1996 aconteceu a transferência das atividades para a Comunidade centro. Foi quando a OASE aceitou o desafio e continuou a proposta. Desde então o “Projeto Alegria e Esperança” – nome sugerido por um integrante do grupo, atende crianças e adolescentes em turno inverso ao escolar, desenvolvendo diversas atividades, dentre elas oficinas de música instrumental, vocal, aprendizagem e artes.
No decorrer dos 33 anos, mais de 2.000 jovens foram atendidos pelo projeto. Atualmente são atendidas 45 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade encaminhados pelo Centro de Referência de Assistência Social – CRAS Integrar. A realidade social na qual estas crianças e/ou adolescentes estão inseridos, urge mostrar-lhes que um outro mundo é possível e que pequenas ações para o bem podem ser feitas por eles também, com o intuito de ESPERANÇAR um futuro melhor para os atendidos.
Em 2022, de acordo com as normativas do Ministério do Desenvolvimento Social, passou a denominar-se “Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) Alegria e Esperança”.