O que chamamos de Reforma Protestante iniciou com uma polêmica em torno da venda de indulgências. Indulgência era um documento que assegurava dispensa ou abreviação de castigos decorrentes de pecados confessados. Na prática, a indulgência era entendida como uma possibilidade de conquistar um lugar no céu.
No dia 31 de outubro de 1517, o monge Martim Lutero enviou ao seu superior 95 teses com críticas à prática da comercialização de indulgências. Sua preocupação estava especialmente relacionada ao mau uso e à comercialização. Queria provocar um debate, principalmente com estudantes e professores da universidade.
As 95 teses foram impressas e tiveram grande repercussão na Alemanha e em vários países da Europa. Alguns meses depois, a cúria romana iniciou um processo, acusando-o de heresia. Com o passar do tempo, a discussão sobre as indulgências deixou de ser o ponto central. Outras questões, relacionadas com a autoridade do papa e dos concílios, causaram mais controvérsias.
No ano de 1520, Lutero recebeu um comunicado com a ameaça de excomunhão, caso não se retratasse. Em janeiro de 1521, ele foi declarado herege e excomungado pelo papa Leão X. Com a excomunhão de Lutero, o surgimento de uma Igreja Luterana acabou se tornando inevitável. Ainda assim, Lutero não pretendeu associar o seu nome ao movimento que liderou e jamais se considerou fundador de uma nova igreja. Para ele, a doutrina é de Jesus Cristo e a igreja é de Jesus Cristo.
Martim Lutero não foi a única pessoa a liderar um movimento de reforma na organização e vida da igreja. Muitas pessoas, homens e mulheres, se engajaram neste propósito. À medida que se desenvolveu, o movimento reformatório assumiu características variadas. Não foi possível manter a unidade, e o movimento da Reforma se subdividiu em várias correntes. As Igrejas Luterana, Reformada, Presbiteriana, entre outras, são oriundas da Reforma Protestante.
O termo “protestante” se originou de uma declaração pública que lideranças evangélicas fizeram em 1529, confessando sua fé e protestando contra a repressão ao movimento da Reforma. Por muito tempo, houve conflitos entre vertentes protestantes e católicas. Nos dias de hoje, a Igreja Luterana mantém boas relações e diálogo ecumênico com a Igreja Católica Apostólica Romana, bem como com outras Igrejas.