Durante todo o dia 22 de março de 2012, a Associação de Canto Esperança de Poço das Antas – RS foi sede da Conferência Ministerial do Sínodo Vale do Taquari. As Conferências acontecem mensalmente em forma de rodízio pelas quinze paróquias que compõem o Sínodo. Neste mês de março coube à Paróquia Boa Nova, com sede em Westfália-RS, designar o local do evento. A convidada foi a comunidade de Poço das Antas, que acolheu os Ministros e as Ministras em suas instalações.
O Pastor Sinodal Marcos Bechert conta que “o tema tratou da necessidade de incluir as pessoas com deficiência, sensibilizando pastores, pastoras, catequistas e diáconas para a questão da acessibilidade em nível de estrutura física e de integração nas atividades comunitárias”.
O debate contou com a assessoria de Dionata Rodrigues de Oliveira e Edir Spredemann, ligados ao Projeto Construindo Comunidades Inclusivas do Programa Diaconia e Inclusão da Secretaria de Ação Comunitária da IECLB.
Montado um altar com a principal simbologia do culto cristão, os assessores leram o texto de Marcos 2 e convidaram os participantes a imaginarem sentimentos do próprio paralítico de Cafarnaum. Quando o suposto sentimento era de inclusão, acrescentava-se uma flor ao altar e, ao contrário, quando o sentimento relatado era de exclusão, o acréscimo era de uma pedra. Os participantes lembraram que o paralítico pode ter sentido vergonha de aparecer em público naquela situação, pode ter sentido tristeza por a multidão não ter dado licença para que os quatro amigos chegassem perto de Jesus carregando a maca, pode ter sentido culpa por causar todo aquele transtorno da entrada pelo teto enquanto Jesus ensinava. Por outro lado, o paralítico pode ter sentido alegria por ter sido lembrado pelos quatro amigos que não mediram esforço para levá-lo onde Jesus estava. Ele pode ter sentido alegria por Jesus primeiro ter dito “teus pecados estão perdoados”, pois uma pessoa com deficiência muitas vezes imagina em seu íntimo que tem culpa por estar naquela situação. E é claro, o paralítico deve ter tido uma grande alegria ao experimentar como é caminhar em meio a outras pessoas sem as restrições sofridas por quem vive condição de mobilidade reduzida.
Em seguida, um dos pastores foi convidado a representar um jornaleiro que andava pela “rua” anunciando as manchetes de seu jornal que, no caso, estavam todas relacionadas com a situação de uma pessoa com deficiência. Quem se interessava por uma das manchetes “comprava” o jornal e posteriormente tecia um comentário sobre a manchete “adquirida”.
Assim a programação seguiu até o fim repleta de interação entre os participantes.
A Pastora Maria Grenzel Gressler, de Bom Retiro do Sul, fez uma avaliação da Conferência. Esta certamente representa um sentimento mais generalizado a respeito do dia: “Foi um dia abençoado e fortalecedor para continuar a caminhada”.