Para o pastor da Paróquia de Santo Amaro, São Paulo, Hermann Wille, que acompanhou de perto a repercussão do assassinato de seus paroquianos Manfred Albert e Marísia Richthofen, planejado pela filha Suzanne, ir além significa acolher Andreas, de 15 anos, que está praticamente só – depois de Suzane, os parentes que ficaram são um tio, por parte de pai, com 84 anos, e o tio Miguel, por parte da mãe, que receberá o menino. Ir além significa a Comunidade de Santo Amaro acolher e cultivar um elo com Andreas.
“Também significa olhar para nós mesmos e para uma sociedade que está mal, acrescenta o pastor. “O fato que deve nos mover agora é que vivemos numa sociedade doente, espelhada em casos extremos como esse”, diz Wille.
Na sua avaliação, os pais são culpados se não se derem conta de que é preciso fazer alguma coisa para transformar uma sociedade egoísta, narcísica, sem compaixão com o próximo, que promove diferenças sociais tão gritantes – encaradas como algo quase natural, mas que eles mesmos estão construindo. Também os filhos são culpados e a Igreja igualmente o é se não se derem conta disso.
Wille entende que a paz oriunda da punição de Suzane Richthofen vai trazer é uma paz sem voz, sem compromisso, e defende a posição de que é preciso ir atrás daquela paz que dá trabalho, que não esconde conflitos – também entre pais e filhos -, mas que os trabalha com amor e respeito e, justamente por isso, transforma a sociedade num lugar melhor para se viver.
Fonte: Jorev/Notícias IECLB