Papel machê
A origem do nome – papel machê – vem do francês papier maché, que significa mastigado, picado, amassado. Há várias técnicas para preparar essa massa, que, originalmente, se desenvolveu na China dois séculos antes de Cristo. A técnica mais usada é preparada com papel picado, água, cola e farinha de trigo. Essa arte foi usada na antigüidade para fazer inúmeros utensílios, como pratos, caixas, bandejas. Mais tarde, quando a técnica chegou à Europa, foi usada para criar objetos decorativos, bijuterias e máscaras. A durabilidade do papel machê é bastante longa e muitos desses objetos se conservaram através dos séculos. Atualmente, a técnica se espalhou pelo mundo, sendo usada com muita criatividade.
Materiais necessários: Cola branca, cola quente, tesoura, fita crepe, durex, retalhos de tecidos, retalhos de papel colorido, lã de diversas cores, sementes em geral, botões, canetinhas, feltro, garrafas PET, retalhos de papelão, cartolinas e EVA, rolinhos de papel higiênico, miçangas, algodão, farinha de trigo, água sanitária, tinta têmpera, pincéis, linha e agulhas de costura, 1 rolo de papel higiênico por pessoa, potes fundos ou bacias, água, 1 forno micro-ondas (para regiões mais úmidas), jornais ou pedaços de isopor (os que são utilizados como protetores nas caixas de eletrodomésticos), peneiras, um pedaço de argila para cada participante, um palito de churrasquinho para cada participante.
Massa de papel machê
Materiais necessários
1 rolo de papel higiênico, água, 1 colher de água sanitária, 1 copo de cola branca.
Como fazer
1) Picar o papel higiênico em pedaços bem pequenos num recipiente, acrescentando água até cobrir todo o papel.
2) Depois de bem desmanchado, escorrer o conteúdo numa peneira, retirando toda a água. Esfarelar bem o papel.
3) Coloque o papel esfarelado na bacia ou pote e acrescente a cola, a farinha de trigo e uma colher de água sanitária para evitar que a massa mofe ou seja atacada por insetos. Misture tudo e, caso seja necessário, acrescente mais água ou farinha até que a massa fique com a consistência de massa de pão.
4) Para moldar a cabeça do fantoche, use uma bolinha de jornal. Para fazer o pescoço, enrole um pequeno canudo feito com o rolinho de papel higiênico ou cartolina na largura da dimensão de um dedo médio e introduza no molde da cabeça. Esse canudo será retirado após a secagem da cabeça para permitir o espaço do dedo, que dará o movimento da cabeça do fantoche.
5) Cubra todo o molde com a massa de papel machê. Use pequenas porções da massa para fazer o nariz, a boca e as orelhas.
6) Caso precise usar o fantoche no mesmo dia, utilize o forno de micro-ondas. Para evitar que o fantoche queime, programe o forno para três minutos. Verifique se ainda está úmido; se estiver, coloque mais alguns minutos no forno, procedendo assim até que o fantoche esteja seco. No caso de não ter forno micro-ondas no local, deixe o fantoche, de preferência, ao sol, secando por um ou dois dias.
7) Após a secagem da cabeça, costure com agulha e linha a vestimenta para o fantoche, enfeitando-a com botões e enfeites. O cabelo pode ser feito com lã e colado com cola quente.
Dicas para a encenação com fantoches
a) Entrando e saindo do palco: Se possível, o fantoche deve entrar e sair pelas laterais do palco. Para tornar isto possível, é preciso que o palco tenha as laterais acima do nível da base. Escondido atrás das laterais, o fantoche se prepara para entrar em cena.
b) Caminhando no palco: Para dar a impressão de fantoche caminhando é preciso erguê-lo e abaixá-lo levemente. Este movimento regular dará a impressão de que o fantoche está caminhando.
c) Coordenação do movimento da mão e do braço: Enquanto que, para caminhar, usa-se mais o movimento dos braços, para a fala e a expressão corporal, usa-se mais o movimento das mãos.
d) Falando no palco: Quando o fantoche não tem boca, é preciso caracterizar sua fala por um pequeno movimento do corpo do boneco, com ênfase no movimento da cabeça, observando, também neste caso, o ritmo da frase que o personagem está falando. Este detalhe é muito importante principalmente quando há mais de um personagem em cena. Neste caso, é preciso cuidar para que somente o fantoche que está falando se movimente.
e) Interpretando no palco: Outro detalhe importante é a interpretação do que está sendo dito. É preciso expressar a alegria, a tristeza, a raiva e o carinho que o fantoche está representando naquele momento. Outro detalhe quanto à interpretação é a mudança do timbre de voz, de tal forma que ela se aproxime ao máximo das características do personagem.
O palco
O palco para a apresentação do teatro com fantoches pode ser bastante simples, construído no local.
Para a nossa oficina, optamos pelo palco com varal, feito com panos grandes, pendurados sobre cordas e presos com prendedores de roupa. Pode-se enfeitar os lados do palco com elementos que vão entrar no cenário, conforme o texto: flores, casas, crianças, animais, etc.
Sonoplastia
O som dá vida à história. Os ruídos podem ser produzidos através de palmas, batidas de pés e mãos, talheres, tampas, apitos, batidas em latas, assobios, papel amassado, etc.
Dicas importantes sobre a história a ser apresentada
a) É importante que a narração seja elaborada pelas pessoas que irão apresentá-la.
b) Os diálogos devem ser curtos, e as ações rápidas. Sempre que possível, deixe cada personagem expressar-se com fala própria e movimento no palco, evitando assim a figura do narrador.
c) Poucas personagens em cena.
d) Um pouco de humor sempre é bem vindo. Pode-se criar situações de esquecimentos, enganos, tom de voz alternado, piadas, sustos, tombos.
Interação com os fantoches
Depois dos fantoches prontos, chega o momento de dar vida a eles através de algumas brincadeiras de interação.
a) Cada participante procura um lugar na sala e interage com o seu fantoche. Essa interação pode ser feita na forma de entrevista. O manipulador pode fazer o papel do entrevistador. Pergunta o nome, o que faz, o que gosta de fazer, se ele/a sabe dançar.
b) Depois da interação individual, forma-se duplas. Um fantoche é o entrevistador e o outro fantoche é o entrevistado.
c) Após, a pessoa que coordena pede que os fantoches saiam a passear, saudando uns aos outros, mas sem parar. Ao som de três palmas, os/as participantes formam grupos de seis pessoas, com os seus respectivos fantoches. Ensaiam uma música que poderá ser cantada e dançada, apresentando-a aos demais participantes.
d) A seguir, os/as participantes novamente caminham e ao som de três palmas formam novos grupos de até seis pessoas. Criam uma pequena história e a apresentam ao grupo. A história será contada por um dos fantoches, enquanto os demais representam a história no palco.
Encenando os textos bíblicos
Formar seis grupos. Cada grupo prepara uma história para se encenada com os fantoches baseada nos seguintes textos bíblicos:
1) 1Pedro 4.10
2) Lucas 21. 1-4
3) Tiago 2. 1-13
4) Marcos 10. 35-45
5) Salmo 8
6) Lucas 10. 25-37
Referências bibliográficas
CALDAS, Idalina Ladeira Sarah. Fantoche e CIA. São Paulo: Editora Scipione, 1993. (Série Pensamento e ação no Magistério)
COELHO, Maria Josefina Rodrigues; SANTOS, Manoel de Souza. Comunidade criativa: fazer brincando. 2ª ed. São Paulo: Paulinas.
DEPARTAMENTO DE CATEQUESE DA IECLB. Parábolas do Reino. São Leopoldo, 1997. (Semanas de Criatividade, nº1)
QUINTANA, Helena. Oficina de fantoches e ritmos. In: KEHRWALD, Maria Isabel Petry; SILVEIRA, Eluza (Org.). Anais do Seminário Nacional de Arte e Educação. 19ª ed. Montenegro, FUNDARTE, 2005.
Fonte: Departamento de Educação Cristã da IECLB. Deus, em tua graça, transforma o mundo: Construindo elementos teóricos e práticos para a formação de educadores e educadoras. Porto Alegre, 2006.