Você já se deu conta de como as pessoas competem entre si?
Nós aprendemos isso desde pequenos. Lembro-me que quando criança esta competição se mostrava num simples jogo de bolinha de gude. Ganhar ou perder era a diferença entre a alegria e a tristeza. No futebol era assim também.
Depois veio o tempo da escola. A melhor nota significava ser o melhor aluno. Veio o tempo dos vestibulares – o que muitos jovens agora estão fazendo: é a competição acirrada entre eles por que não conseguimos, como sociedade, oferecer vagas no ensino superior para todos.
E esse jeito de competir se mostra ainda em muitas outras coisas como ser o primeiro a entrar no metrô ou no cinema e ocupar o melhor lugar, ter o carro mais veloz, a roupa mais bonita, o melhor emprego, e assim por diante.
Parece que fomos criados por Deus para a competição. Aliás, é isso que afirmam as teorias evolucionistas: sobrevivem os primeiros, normalmente os mais fortes.
Talvez por isso, quando algumas pessoas não conseguem competir e ser os primeiros lançam mão de estratégias como suborno, propina, influência do cargo, … para alcançar seus objetivos. Estamos tão acostumados com isso que aceitamos, inclusive, uma certa hierarquização entre as pessoas. O que gera muita dor entre as criaturas de Deus.
Felizmente, este não é o espírito cristão. Em Gálatas 3.28 lemos que a estratégia de Deus para a humanidade é outra.
Gálatas 3.28: “Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.”
Comunhão – Deus nos criou para viver em comunhão. Para viver em comunhão foi que Cristo nos resgatou e salvou.
A pandemia do novo coronavírus nos ensina isso de forma muito clara. Para que o vírus deixe de circular e representar perigo à vida das pessoas é preciso que todas se cuidem e o maior número possível de pessoas seja imunizado para que alcancemos o que cientistas chamam de “imunização de rebanho”. Cada pessoa que não se cuida representa risco em potencial a si e às demais.
A comunhão – e não a competitividade – salva vidas. Somos, como criaturas de Deus, interdependentes.
Eu não sei dizer em que momento da história nós viramos o disco da comunhão para aceitar o lado da competição. Mas entendo, pela fé, que o amor ao próximo é gesto que salva vidas e ensinado por Deus.
Oremos: Amado Deus. Tu nos criaste a tua imagem e semelhança. Quiseste comunhão e proximidade entre as tuas criaturas. Nós, Senhor, insistimos em competir. Em construir espaços de concorrência e nos alegramos em ser os primeiros e deixar outras pessoas para trás. Senhor, nós te pedimos: ajuda-nos a construir um tempo e momento no qual todas as pessoas podem ser amadas e cuidadas em suas necessidades. Por Jesus Cristo, amém.
A paz de Deus seja com vocês hoje e sempre. Amém.