OFÍCIO DE ENCOMENDAÇÃO E SEPULTAMENTO
Pregação: Salmo 39.4–7,12
P. Elisandro Rheinheimer
NA IGREJA
1. ACOLHIDA
Querida família enlutada, prezada comunidade aqui reunida,
É característica de uma comunidade cristã alegrar-se com os que se alegram, mas também chorar e oferecer consolo aos que choram. Neste sentido, como membros do corpo de Cristo, estamos aqui para trazer nosso apoio e solidariedade neste momento de profunda tristeza e dor, diante da morte de _______________________________________.
Embora a partida de __________________________ nos entristeça e abata, a esperança na ressurreição futura nos consola e anima. Louvamos a Deus, que nos reúne e ampara mesmo na dor, nas lágrimas e no luto. Assim, queremos acolhê-los com as palavras do Salmo 46.1, que diz:
“Deus é o nosso refúgio e a nossa força, socorro bem presente nas tribulações. Por isso, não temeremos.”
2. SAUDAÇÃO TRINITÁRIA
Este momento de despedida queremos viver na presença, na força e no consolo de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
LCI – 614: Porque Deus é o nosso refúgio, força e socorro, convido a todos a cantarmos o hino: “A minha fé e o meu amor estão firmados no Senhor.”
3. ORAÇÃO
Deus da graça e da compaixão, estamos diante de Ti para colocar em Tuas mãos o(a) nosso(a) querido(a) falecido(a) __________________, e também para dividir o nosso sofrimento contigo.
Damos-Te graças por termos conhecido, amado e convivido com __________________, e pelo tempo precioso de sua vida entre nós.
Tu, que és Deus de misericórdia, ampara os familiares, os amigos, a comunidade. Consola os que se achegam diante de Ti com o coração entristecido e inquieto, e ajuda-nos a crer que a morte nesta vida não tem a última palavra, mas sim a força, o poder e a promessa da fé em Jesus Cristo, que nos garantiu a ressurreição.
Permite que possamos seguir nossa jornada por este mundo com confiança, até o dia em que nos reuniremos com aqueles que amamos, que estão em Teus braços, no descanso eterno, aguardando a ressurreição.
Por Teu Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém!
4. ALOCUÇÃO – Salmo 39.4–7,12
Querida família e amigos,
Diante da realidade da morte, poucas palavras humanas parecem suficientes. E, no entanto, a Palavra de Deus permanece firme, oferecendo luz para nossa escuridão, consolo para nossa dor e esperança para nosso coração. O Salmo 39, que hoje ouvimos, pode soar inicialmente como uma oração angustiada, nascida de uma alma aflita. Mas é justamente essa sinceridade diante de Deus que torna suas palavras tão vivas e reais. Elas ecoam as nossas próprias perguntas, medos e esperanças neste momento.
O salmista começa pedindo a Deus: “Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida e o número dos meus dias. Dá-me consciência de como é frágil a minha existência.” Ele reconhece que, por mais que queiramos negar ou adiar, a morte é uma realidade para todos nós. E é nesses momentos de perda que essa verdade se impõe com força: a vida é breve. Como ele mesmo diz, “o ser humano é apenas um sopro”. Vivemos como quem passa depressa, como sombra que logo desaparece. Isso não é dito para nos assustar, mas para nos despertar.
Somos lembrados de que, apesar de todo o esforço humano — de trabalhar, conquistar, acumular, planejar —, não temos controle sobre o dia de amanhã. O salmista lamenta: “Ele ajunta riquezas, sem saber quem ficará com elas.” É uma crítica sutil, mas profunda, à nossa tendência de viver como se tudo dependesse de nós e como se a vida fosse durar para sempre. Nossos dias, no entanto, estão nas mãos de Deus. E isso muda tudo.
Se a vida é passageira, então ela precisa ser vivida com consciência, com propósito. Não somos donos do tempo que temos, mas sim administradores dele. Cada dia é uma dádiva, uma oportunidade para amar, servir, perdoar, cultivar relacionamentos, fazer o bem. Os bens materiais, o status, as conquistas podem ser importantes, mas não são o que define nossa vida. O que realmente importa — e permanece — são os laços de amor, as memórias de carinho, os gestos de compaixão e fé que deixamos no coração das pessoas.
É nesse ponto que a oração do salmista muda de tom. Ele não termina em desespero, mas em confiança. Ele diz: “E agora, Senhor, que posso esperar? A minha esperança está em ti.” Esta é a virada espiritual do salmo — e também do nosso olhar diante da morte. O salmista reconhece que não há resposta humana capaz de dar sentido à brevidade da vida, mas encontra, em Deus, um lugar de refúgio. É nEle que nossa alma pode descansar. É nEle que podemos esperar algo além da dor. É nEle que reside a esperança de que a morte não tem a palavra final.
Nos versículos finais que lemos, o salmista roga: “Ouve a minha oração, Senhor, escuta o meu clamor; não sejas indiferente ao meu pranto.” São palavras que expressam exatamente o que sentimos agora. Estamos enlutados, choramos, sentimos saudade. Queríamos mais tempo com quem partiu. Não é fácil aceitar a separação, nem sempre entendemos por que a morte chega. Mas Deus escuta nosso clamor. Ele não é indiferente à nossa dor. Ele mesmo prometeu: “Nunca te deixarei, jamais te abandonarei” (Hebreus 13.5). Ele nos sustenta com Sua mão amorosa, mesmo quando nossas forças falham.
Cristo Jesus, o Filho de Deus, compartilhou da nossa humanidade, sofreu, chorou, morreu — mas ressuscitou. E, com a sua ressurreição, nos abriu o caminho da vida eterna. Por isso, podemos dizer como o salmista: “Minha esperança está em Ti, Senhor.” Não é uma esperança qualquer. É a esperança da vida que vence a morte. É a certeza de que Deus não nos criou para o fim, mas para a plenitude da vida com Ele.
Querida família, amigos, comunidade: mesmo em meio à saudade, que essa Palavra do Senhor renove em nós a confiança de que nossa vida está nas mãos de Deus — e também a vida de ____________________. Que possamos lembrar com carinho tudo o que ele(a) significou, e viver com mais amor, mais gratidão e mais fé. E que, quando chegar a nossa hora, possamos também dizer com serenidade: “Senhor, minha esperança está em Ti.”
Amém.
5. CONFISSÃO DE FÉ
Como comunidade que testemunha o poder da vida que Deus, o Pai, deseja nos conceder por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo, no entendimento e na força do Espírito Santo, confessemos a nossa fé nas palavras do Credo Apostólico:
Creio em Deus, Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu Filho Unigênito, nosso Senhor,
o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria,
padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado;
desceu ao mundo dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu ao céu
e está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso,
de onde virá para julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja cristã,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição do corpo
e na vida eterna. Amém.
6. Leitura da História de Vida
Neste momento, ouviremos a leitura dos dados biográficos de ________________________, recordando com carinho sua trajetória e o legado deixado à família, aos amigos e à comunidade.
(Aqui se insere o texto da biografia)
(……………………………………………………..)
7. ORAÇÃO DE INTERCESSÃO
Convido a todos a se colocarem em espírito de oração (em pé).
Deus de toda bondade,
Tu enviaste Teu Filho, nosso Salvador Jesus Cristo, para nos dar a vida eterna.
Louvamos-Te, porque com Sua morte Ele destruiu o poder da morte, e com Sua ressurreição abriu o Reino dos céus a todas as pessoas.
Dá-nos a certeza de que, porque Ele vive, também nós viveremos.
E que nem morte, nem vida, nem coisas do presente, nem do porvir,
nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem dor, nem pranto,
nem coisa alguma poderá nos separar do Teu amor, que está em Cristo Jesus.
Guarda em Teus braços, Senhor, a família de ______________________,
e envia esta comunidade a ser sinal do Teu cuidado: uma mão estendida,
um ombro amigo, uma presença acolhedora para com os que hoje sofrem.
Que, em meio à dor, sintam o consolo que vem de Ti.
Por Teu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
8. AGRADECIMENTOS
A família enlutada deseja expressar sua gratidão por:
(inserir agradecimentos – ex: palavras de carinho, presença, orações, apoio de amigos e comunidade, auxílio da igreja, etc.)
Convidamos agora todos que desejarem a se despedir de ___________________.
Lembramos que o momento final junto ao corpo será reservado à família. Após esse instante, o caixão será lacrado e não mais será aberto.
Durante o tempo da despedida, entoaremos hinos de consolo.
Todos também estão convidados a acompanhar até o cemitério….
LCI – 612 – “Se as águas do mar da vida”
Convidamos a todos para cantarmos o hino “Se as águas do mar da vida quiserem te afogar”, como expressão de fé, consolo e esperança.
SEGUNDA PARTE: NO CEMITÉRIO
1. SAUDAÇÃO
Que a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guarde os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus. Amém.
2. ALOCUÇÃO (BREVE)
Prezados familiares, amigos e comunidade aqui reunida,
Diante da dor da separação, reafirmamos nossa fé cristã com três verdades essenciais:
Primeiro, cremos que a morte é como um sono. Jesus disse: “Nosso amigo Lázaro dorme, mas vou despertá-lo” (João 11.11). Os que morrem em Cristo estão guardados n’Ele, aguardando a ressurreição.
Segundo, a vida neste mundo é única. Está escrito: “Cada pessoa tem de morrer uma só vez e depois será julgada por Deus” (Hebreus 9.27).
Terceiro, a morte não é o fim. Jesus afirma: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (João 11.25).
Que essa certeza nos console: Cristo venceu a morte e, com Ele, também venceremos. Coloquemos nas mãos de Deus nossa dor, com fé na promessa de reencontro na eternidade. Amém.
LCI – 627– “Por tua mão me guia”
Enquanto o caixão é baixado à sepultura, convido todos a cantarmos o Hino 174: “Por tua mão me guia, meu Salvador.”
3. CONSIGNAÇÃO
Em obediência à vontade de Deus, entregamos nosso(a) irmão(ã) ___________________ à terra, aguardando confiantemente a ressurreição em Cristo, e dizemos:
Terra à terra (joga-se o1° punhado de terra)
Cinza às cinzas (joga-se o2° punhado de terra)
Pó ao pó (joga-se o3° punhado de terra)
Na segura e certa esperança da ressurreição para a vida eterna, mediante nosso Senhor Jesus Cristo (+). Amém!
4. ORAÇÃO
Eterno Deus, Senhor sobre a vida e a morte,
nós te louvamos pela vida de ___________________,
e porque a sua memória permanecerá viva em nossos corações.
Tu, que em Jesus Cristo prometeste a vida eterna a nós e aos nossos filhos e filhas,
acolhe e guarda ___________________ até o dia da ressurreição,
quando, junto de todos os teus santos, poderá desfrutar da plenitude da nova vida.
Intercedemos especialmente por aqueles que sentirão mais profundamente a ausência de ___________________.
Que as memórias preciosas compartilhadas fortaleçam os laços familiares e deem forças para seguir em frente.
Abençoa a todos nós — familiares, amigos, vizinhos (e demais presentes) — para que, entregando a Ti o nosso fardo, possamos conhecer o consolo do Teu amor.
Conduze-nos, ao final da nossa jornada, ao Teu Reino, onde enxugarás dos nossos olhos toda lágrima, e onde a morte não existirá mais.
Por isso, oramos como Jesus nos ensinou:
Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o Teu nome.
Venha o Teu Reino.
Seja feita a Tua vontade,
assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dá hoje.
E perdoa-nos as nossas dívidas,
assim como nós também perdoamos aos nossos devedores.
E não nos deixes cair em tentação,
mas livra-nos do mal.
Pois Teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém.
5. DESPEDIDA
Convidamos todos a se despedirem de [nome do falecido] com uma flor. Durante o momento são cantados hinos. Após, a sepultura será fechada.
6. BÊNÇÃO
(Depois de fechada a sepultura, voltando-se à comunidade:)
Que a bênção de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, esteja sobre todos vocês. Amém!
7. ENVIO
Vamos em paz, na confiança e na certeza da ressurreição.
Amém.
*Obs.: As orações são todas extraídas do livro: “Funeral cristão”, p. 59-61.
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