Vamos! Horizontes com Deus - 4ª Convenção Nacional de Ministras e Ministros

A professora Doris iniciou sua palestra falando sobre memórias. Cada pessoa é o que é porque tem suas próprias memórias. Podemos dizer, então, que somos o que lembramos. E tais lembranças são importantes para a profissão, para voltar para casa depois do trabalho, para conversar com pessoas amigas, para projetar o futuro.

Em uma das várias citações a respeito do assunto, Doris compartilhou a visão construtiva da memória a partir da, já falecida, psicóloga e escritora brasileira Ecléa Bosi: “Na maior parte das vezes, lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir, repensar, com imagens e ideias de hoje, as experiências do passado” (Ecléa Bosi)

Assim como as memórias, o “ofício de mestre” é algo que se constrói.

Desafios para a educação

Na avaliação da professora Doris, a profissão docente vive um período de mal-estar, marcado por sobrecarga de trabalho, desvalorização, adoecimento e um sentimento de desamparo.

Por um lado, há uma enorme expectativa social sobre a escola, professoras e professores. Por outro lado, profissionais da área sofrem questionamentos de saber e autoridade e até, em casos extremos, agressões. Isto sem contar a baixa remuneração e o escasso suporte emocional. Neste sentido, é fundamental cuidar de quem educa para transformar a educação e, por extensão, a sociedade.

Outro grande desafio, de acordo com a professora, é captar pessoas para seguir a carreira docente. Como inspirar jovens para abraçar esta profissão tão nobre?

Educação em tempos de mudanças: o que é necessário?

Desde o mês de janeiro de 2025 está em vigor a lei que restringe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos portáteis em escolas de educação básica. Esta decisão é uma oportunidade de restaurar a socialização com a oferta de alternativas que devolvam a crianças e adolescentes as experiências de convivência e de lazer offline.

Desta forma, pode-se minimizar o surto de ansiedade e proteger a saúde mental das novas gerações. A sobrecarga digital prejudica o desenvolvimento cognitivo, afeta o cérebro em desenvolvimento e contribui para o aumento da ansiedade. É assustador o indicativo de que os atendimentos por transtornos de ansiedade no SUS dispararam entre crianças e adolescentes.

Especialistas afirmam que cada vez mais serão necessárias habilidades para lidar com mudanças, aprender coisas novas e preservar o equilíbrio mental em situações que não são familiares. A pergunta para a educação é: possuímos essa flexibilidade que o século XXI exige e estamos apresentando as ferramentas adequadas para abraçar o desconhecido?

“Para poder acompanhar o mundo de 2050 você vai precisar não só inventar novas ideias e produtos – acima de tudo, vai precisar reinventar a você mesmo várias e várias vezes.” (Yuval Harari, As 21 lições para o século 21).

Não atuamos sós, mas em equipe

Ao longo da nossa carreira profissional, fazemos escolhas tendo a certeza de que sempre integramos equipes de trabalho. Não atuamos sós. Estar em uma equipe implica em calar, ouvir, falar, olhar, medir as palavras, se ver no espelho.

O trabalho em equipe requer reconhecer fragilidades e potências, vivenciar alegrias e dificuldades, oferecer ajuda, pedir ajuda, fortalecer processos colaborativos. Acima de tudo, é fazer a sua parte para que as pessoas desenvolvam as habilidades sociais necessárias para a humanidade tornar-se melhor.

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