Concílio de Niceia
Quando o imperador Constantino assumiu o poder no Império Romano, em 313 d.C., um novo rumo para o cristianismo começou a ser delineado. Constantino concedeu vários favores e privilégios à igreja cristã. Fez doações, autorizou isenção de taxas, ordenou a devolução de bens confiscados em tempos de perseguição, promoveu a construção de igrejas e basílicas. Ele também oficializou o domingo como dia de descanso no Império Romano.
O interesse de Constantino pelo cristianismo andava de mão dada com sua ambição política. A religião cristã possuía valores que poderiam ajudar a manter a estabilidade no Império Romano. No entanto, era preciso que houvesse unidade na igreja. Em algumas questões teológicas, como em relação à Trindade, faltava consenso.
Constantino apressou-se a pôr fim a disputas teológicas. Ele convocou o primeiro concílio ecumênico, que aconteceu na cidade de Niceia, no ano 325 d.C. Neste concílio participaram bispos de diferentes regiões do Império e a principal questão discutida foi: Jesus, o Filho, é igual ao Pai e tem a mesma essência do Pai?
Um teólogo de Antioquia, chamado Ário, dizia que “O Filho não é igual ao Pai e também não é da mesma essência (ousia) que ele”. Por ampla maioria, a posição de Ário foi rejeitada e o Concílio estabeleceu o consenso de que o Filho (Jesus) é verdadeiro Deus e tem a mesma essência ou substância do Pai. Esta deliberação do Concílio foi fixada através do Credo Niceno, publicado como decreto imperial por Constantino.
O Credo Niceno afirma que Jesus é consubstancial (homoousios) ao Pai. A formulação a este respeito diz:
Cremos em um Deus, o Pai onipotente, criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis. E em um Senhor, Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado como unigênito do Pai, isto é substância (ousia) do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não criado, consubstancial (homoousios) com o Pai…
No Concílio de Constantinopla, em 381 d.C., o Credo Niceno passou por alterações, motivo pelo qual também é chamado de Credo Niceno-Constantinopolitano. Este Credo faz parte da base da fé da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).